Release enviado pela editora
Autores: Arnaut Daniel, Bernart de Ventadorn, Marcabru
Tradução: Augusto de Campos
Música: Antoni Rossell, Valéria Bittar e Luiz Fiaminghi
Produção: Cid Campos
64 págs
Livro + CD–- R$ 59,90
Neste livro-disco, o poeta Augusto de Campos, homenageia a poesia trovadoresca provençal através de algumas de suas mais belas canções: duas de Arnaut Daniel, uma de Marcabru e uma de Bernart de Ventadorn. As canções em provençal foram gravadas, em São Paulo, por Antoni Rossell, Valéria Bittar e Luiz Fiaminghi, no MC2 Studio, de Cid Campos, responsável pela produção musical. As leituras em português foram feitas pelo próprio Augusto de Campos, em seu apartamento em SP.
Esta pequena antologia, portanto, é o resultado de um concerto apresentado no Tuca, teatro da PUC de São Paulo, em setembro de 2011, apresentado por Augusto de Campos, Antoni Rossell e Adriana Calcanhoto, complementada agora, neste presente volume, com duas novidades: a versão da primeira estrofe de “Kalenda Maia”, de Raimbaut de Vaqueiras, impressa a cores, que põe em evidência a sonoridade polirrímica da canção, e a tradução inédita da uma canção multilíngue de Raimbaut de Vaqueiras, com estrofes em provençal, italiano, francês, gascão e galego.
Sobre este livro-CD, escreve Augusto de Campos:
“As canções foram gravadas em São Paulo, por Antoni Rossell, Valéria Bittar e Luiz Fiaminghi, nos estúdios de meu filho, Cid Campos, responsável pela produção musical. Cid, cujo nome foi inspirado das minhas leituras do “Cid Campeador”, assim como o de Roland, meu filho mais velho, pela minha devoção à “Chanson de Roland”. Devido ao meu estado de saúde, gravei as leituras em meu apartamento, ficando Cid encarregado da equalização. Conheci Antoni Rossell, artista catalão, professor universitário e cantor de música medieval, quando ele veio a São Paulo, a convite da PUC, em 2011. A querida e saudosa profa. Jerusa Ferreira, chamou-me para comparecer a uma aula que ele daria sobre a poesia provençal. A certa altura, falando sobre o trovador Bernart de Ventadorn, ele começou a cantar “Can vei la lauzeta mover”; para sua surpresa, eu entoei com ele as primeiras estrofes da magnífica obra, uma das mais belas do século XII. Foi canção à primeira vista. Ficamos obviamente encantados e amigos. Entusiasmada, Jerusa propôs que fizéssemos uma apresentação no auditório da PUC. Preparei um roteiro que se compunha dos textos a serem cantados por Antoni com instrumentos medievais, e algumas traduções e poemas meus inspirados nas canções provençais, e que terminava com a canção de Guillhem de Peitieu Fiz um Poema sobre Nada e com o trecho inicial da Conferência sobre Nada, de John Cage. Adriana Calcanhotto, que começara a se interessar pela poesia dos Mais provençais, estava por aqui, e a convidamos para participar do evento. A nós se associara Vanderley Mendonça, que se expressava muito bem em catalão e fez uma ponte perfeita com Antoni. Marcado o dia, tudo pronto, entramos eu e Vanderley na PUC, para encontrar as portas do auditório fechadas. Soubemos então que Boris Schnaiderman, marido de Jerusa, estava hospitalizado e ela se achava ao seu lado. Por telefone conseguimos que ela liberasse as chaves e só então pudemos adentrar o recinto do auditório. Vendo as cadeiras vermelhas, todas vazias, e pensando nos textos ‘sobre nada’, ocorreu-me uma ideia: subi ao palco, sentei-me e pedi ao Vanderley que me filmasse em seu celular lendo a Conferência sobre Nada, e que desse ênfase às cadeiras vazias. Assim se fez. Como o belíssimo evento não pôde ser filmado, ficou sendo esse o único registro daquele noite. Pode ser visto na internet, na gravação original de Vanderley e na adicional de André Vallias, ambas com música ambiente de John Cage. Vanderley publicou então uma plaquete contendo os principais textos utilizados naquele dia; ela complementa agora o presente volume, com a única novidade de incluir desta feita a versão da primeira estrofe de “Kalenda Maia”, de Raimbaut de Vaqueiras, numa impressão a cores que põe em evidência a sonoridade polirrímica da canção. Anos antes, tive a insólita oportunidade de visitar o túmulo do trovador, em 2001, na sua cidade de origem (pronunciado pelos franceses com acento na última sílaba), levado a ele pelo poeta Julien Blaine. Cid me fotografou junto ao pequeno monumento dedicado ao Raimbaut das multirrimas, que é também multilingue em outra canção, igualmente traduzida, com estrofes em provençal, italiano, francês, gascão e galego. Acrescentamos estas lembranças ao extraordinário momento que vivemos na apresentação da PUC”.
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